5.11.08

Missão e Unidade



Caio César Marçal
Coordenador de Articulação da Rede Fale
Estudante do Centro Evangélico de Missões

ex-abuense de Sobral (CE)


"E rogo não somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim; para que todos sejam um; assim como tu, ó Pai, és em mim, e eu em ti, que também eles sejam um em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste. E eu lhes dei a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um; eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, a fim de que o mundo conheça que tu me enviaste, e que os amaste a eles, assim como me amaste a mim”. João 17: 20-23


Ao fazer a “Oração sacerdotal” no capítulo 17 do evangelho de João, o Senhor Jesus declara o meio pelo qual o mundo conhecerá a Ele: o amor fraternal vivido pelos seus.

Nesse sentido, o que viabiliza a promoção do evangelho na missão cristã é a unidade daqueles que são portadores da boa nova de salvação. Unidade que se dá somente em Cristo, em torno de sua palavra e em favor da Missão. Unidade que não é a união dos iguais, mas dos diferentes em torno da reconciliação ofertada mediante o sacrifício da cruz.

Não é a partir de métodos ou palavras bonitas, piedosas e religiosas que o mundo conhecerá a verdade, mas sim pela encarnação do amor entre irmãos no seio da Comunidade do Reino (a Igreja), que todos reconhecerão a bondade e a graça do Pai, que inclui todos no seu amor.

Para que o mundo creia que Jesus é o enviado de Deus para promover a redenção do homem, é condição fundamental que sejamos um em Cristo. Nosso chamado enquanto Igreja é sarar a vida social dos povos, e isso só acontece quando nós vivemos comunitariamente de forma piedosa e amorosa.

Infelizmente estamos muitos distantes dos sonhos de Jesus em sua oração sacerdotal. O divisionismo entre os evangélicos brasileiros envergonha a causa do Reino e testemunha contra tudo que proclamamos. Uma vez, conversando com um jovem, ele comentou que achava até muito bonita aquela mensagem de amor de Deus, mas não entendia por que falamos tanto nesse amor e somos tão divididos...

É trágico ver que hoje se divide por tudo, principalmente por conta da vaidade de alguns líderes ou pela sede de poder de alguns “iluminados”. Vergonhoso também ver pessoas não apenas se matando por causa de cargos e títulos em nome da fé, mas também por placas de denominação. O denominacionalismo não é bíblico! O termo nem existe na Bíblia. No céu não haverá denominações!

Toda desunião é obra de Satanás porque é contra a vontade do Pai. O divisionismo é contra o plano original de Deus para seu povo.

Quando evangelizamos sem levar em conta a Unidade, é como se no Reino de Deus, fundado e sustentado a partir do Amor, fossem permitidas picuinhas entre seus súditos. Quando falamos de Deus e não aceitamos o irmão, é a prova cabal que não tivemos ainda nosso coração convertido. Gostaríamos de terminar com uma oração de Martinho Lutero:

“Óh eterno e misericordioso Deus, Tu és do Deus da Paz, do amor e da unidade e não da discórdia e da confusão, que permites em teus justos julgamentos. Este mundo, ao se esquecer de Ti, tem se dividido e quebrado. Só Tu podes criar e sustentar a unidade. Concede, então, que voltemos à tua unidade e evitemos toda discórdia. E assim, sejamos de uma só vontade, um só conhecimento, uma só disposição e uma só compreensão sobre o fundamento de Jesus Cristo, nosso Senhor!”.

Em Cristo, que nos torna um Nele, para louvor e honra de Sua Glória!

3 comentários:

Paulo S S C Castro disse...

A paz,
Meu nome é Paulo, conheci a ABUB agora dia 08/11, através do site da ABUB, gostaria de participar desta Aliança e leva-la até a minha Faculdade, em Campinas-SP, chamada METROCAMP. Como faço para participar?
Abraço

meu e-mail é este: paulosilascastro@hotmail.com

Unknown disse...

Glória a Deus pela sua palavra, Caio. Essa semana que passou vimos como essa união é abençoadora, não é?
Me junto a você em oração e atitudes na busca de uma igreja que reflita mais o amor que une.

Emili

Anônimo disse...

Prezado Caio,
Realmente seria um belo sonho ver todas as denominações a proclamar o mesmo Senhor e reunindo-se sob o mesmo teto. Mas temo que, enquanto aqui na Terra, isto não passe de um sonho. Não pretendo fazer apologia do divisionismo,mas não enxergo a existência de denominações (não de denominacionalismo) como algo que envergonhe a causa do evangelho. Como bem comparou um eminente teólogo, cujo nome me foge à memória, as denominações são andaimes na construção da grande Casa de Deus. Existem durante a obra, mas serão desnecessárias quando esta for concluída. Certa feita, ouvi de uma irmã de minha congregação, leiga, interpretar uma passagem das Escrituras a alguém que questionanava a questão denominacional. Ela citou na ocasião a passagem bíblica da Videira e dos ramos (João 15), explicando que assim como uma videira não tem todos os ramos iguais, nós evangélicos temos as nossas diferenças, mas estamos ligados à Videira Verdadeira, Jesus. Imagino que a versão dela não seja consenso entre os teólogos (Lembrei do texto de Mateus 11.25!) Apesar de termos costumes diferentes, zelamos (ou pelo menos deveríamos) pela comunhão mútua. COmo bem cita John Stott em sua obra "A Verdade do Evangelho", "nos essenciais, unidade, nos não essenciais, liberdade e em tudo, caridade". A Unidade a que o Mestre se refere diz respeito à comunhão de propósitos. Inclusive Jesus relaciona esta tão almejada união à da Trindade. Pai, Filho e Espírito mesmo sendo um só Deus são pessoas diferentes, possuem os mesmos objetivos. A Unidade dos cristãos, particularmente os de confissão evangélica, não significa estarmos todos sob uma mesma placa, mas possuirmos unidade de Espírito e amor suficiente para respeitarmos os costumes uns dos outros e resguardar toda a doutrina (os "essenciais") da Palavra de Deus.

OBS: Esta é a minha opinião, falha e possivelmente mutável.

Que Deus te abençoe mais e mais.

Abraços.

Davi